
Eu quero te ter aqui até mesmo quando a noite não mais quiser cair, por saber o que me faz sentir quando me sinto longe de ti.
Eu quero te ter aqui mesmo quando o ar que eu respiro decidir parar de fluir; por saber da dor da lembrança tua que me traz, sem perceber o que faz.
Eu quero te ter aqui mesmo quando o sopro do vento não quiser mais cantar; por piedade de mim, por saber da solidão que dá fazer-me ouvir a tua voz sem precisar te enxergar.
Eu quero te ter aqui mesmo quando a terra fugir pra bem longe daqui, deixando o vazio e a tristeza corroída; é, ela sabe que as suas raízes me trazem os teus gestos e a tua silhueta frágil.
Ainda bem que a noite não quis apagar, que o ar não quis secar, que o vento não quis calar e que a terra não quis fugir. A natureza sabe que por mais triste que seja essa convivência ausente, me trará resquícios teus. Me fará mais feliz sem perceber. Me mostrará, que, por mais triste que seja e por mais que eu não entenda, ela só me conforta em me fazer te sentir aqui, por me fazer seguir sem desistir. Por me fazer te ter aqui sem persuadir.
Sem ver, sem sorrir, sem chorar, sem querer, sem tocar;
por sentir, por amar.