domingo, 5 de dezembro de 2010

Deixa que o vento te traz

Como faz bem deixar o amor fluir, sem falar do amor; ver amor em tudo e deixar soar o amor que há nas palavras que sem percebermos jogamos ao vento. Não que o vento não seja o amor em si, mas o que há por trás das palavras apaixonadas que o pobre vento leva sem saber o porquê daquela singela e bela melodia. Ele abraça, agradece e num piscar de olhos, já multiplica os versos que lhe dei. Como se cada verso fosse apenas mais uma brisa que balança os teus cabelos, enquanto se deita na grama aquecida pela ardente tarde de Domingo. Às vezes você não percebe que possa haver alguma beleza naquilo, nem pense que há algum sentimento em uma coisa tão inevitável quanto o sopro do ar. Mas talvez seja bom lembrar, às vezes até o ar precisa te respirar. Já que eu não posso te levar os versos que fiz, o vento te faz lembrar que há também, amor no ar.

Hoje eu sonhei, sonhei poder te dar todo o amor que deixei no ar. Tomara que tenha percebido ao acordar!

Sem lastimar a tamanha importância desse amor, ou medi-lo de forma tola, como se sua direção não fosse para todos os lados e se entrelaçasse por todas as curvas. E como se entrelaça pelas tuas curvas!
Se algum dia você pensar em desistir e não mais deixar o ar te respirar, queria ao menos te fazer lembrar que não há como te negar. O sol me traz você e nem todos os versos e as melodias que eu entregar ao ar será capaz de tapar o sol que me faz iluminar.

Mas que tolice minha. Não há verso, não há canção, capaz de não haver nem ar se o sol não mais nascer. Se não for você, que seja o sol pra me aquecer. Mas eu não posso me conter e dizer que não há calor que me faça ter mais alegria do que aquele que o teu sorriso traz.

Todas as respotas me trazem de volta às perguntas quando o ar volta a cochilar pelos fios do teu cabelo.

Que graça a tua, talvez seja até maior que a lua! Já que o sol completa a tua luz.
Por mais que não me adore, que pelo menos me perdõe pela tolice de ainda levar meus sonhos às estrelas. Mas que ao menos te sirvam de ponte para não deixar o vento lhe trazer a solidão e buscar teus sonhos que não decidiram se virão.

Mas eu não sei...

Talvez essa luz que me ilumina, seja apenas mais uma escuridão escondida na neblina.

Eu não sei...

Talvez todos os sonhos terminem em ilusão, talvez você seja só mais outra encarnação de uma das estrelas que me trazem o sol ao chão.

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