
A invisibilidade perfeita está exatamente na frustrada tentativa em visualizar a perfeição. Ela é invisível, indescritível e imprevisível. A única maneira coerente em que eu classificaria qualquer resquício da perfeição, seria na sensibilidade. Eu não concluo essa afirmação apenas pelo que vejo ou pelo que eu sinto, mas pela pequena e insignificante vivência e existência que eu traço na tua vida. Mas eu poderia dizer que nessa pequena, insignificante e talvez, tão importante convivência em que temos, eu nunca teria em nenhuma parte anterior da minha vida encontrado a perfeição que eu vi nos teus olhos. Não, não me refiro àquele azul que me enxarca o peito ou pelo curioso fato de me fazer sentir em casa toda vez que o vejo. Eu me refiro à algo mais, a algo indescritível, a algo indiscutivelmente prazeroso, a algo totalmente sensível e compatível. Me referia a algo mais, mas acho que não encontraria palavras pra descrever.
Eu não acho que somos interligados ou que temos uma conexão maior do que temos com outras pessoas. Eu apenas acho que estamos condenados a nos apaixonar diariamente e isso me faz sentir como se a única coisa em que eu ousaria pensar e sentir fosse o que eu definiria como algo maior do que qualquer sentimento profundo que alguém tenha sentido. Como se o amor fosse pouco para o que estamos condenados a sentir, é como se todo o calor fosse insuficiente para aquecer tanto quanto a tua presença me aquece. E isso me faz crer que a divindade se encontra aqui, se encontra nessa dimensão e que tudo o que somos e que tocamos é divino. É como se não houvesse outro lugar que não seja onde você está, mas que ao mesmo tempo, é notável e previsível te encontrar em todo lugar. E então eu compreendo que a ligação está além de nós; não estamos conectados, nós fomos conectados e estaremos até onde essa divina conexão nos permitir ir, nos permitir chegar e nos permitir partir. Que nos permita estarmos juntos, mesmo que distantes visívelmente, pois pra mim, a perfeição se resume a ti. Mesmo que eu não possa ver isso diante dos meus olhos, eu me sinto tão próximo a essa perfeição... Talvez nem seja tua, talvez não seja minha; talvez pertença àquilo que não se vê, ao que é invisível e incompreensível, ao distinto e irreconhecível, ao sensível e imperceptível. A um sentimento indefinível, que por alguns, é conhecido como "amor".
Acho que o perfeito foge ao humano e vira artifical.
ResponderExcluirAnalizo a perfeição exatamente nos mais singelos defeitos. Entendo a tua interpretação, mas não é a essa perfeição em que eu me refiro. Me refiro à perfeição da aceitação como ser humano e como ser terrestre. Mesmo porque, perfeição nada mais é do que aceitação.
ResponderExcluirE aceitação nada mais é do que compreensão. Compreender é apreender com. Mas como aprender com se não estamos juntos? Por isso te compreendo, pois aprendemos juntos porque estamos juntos, porque somos UM. Você é mágico, Luca! Tua profundidade me ajuda a descer (ou subir) um pouco mais na minha. Eis que para aprofundar é preciso coragem, é preciso um coração valente. É isso que tenho "apreendido com" você: aprender a apreender.
ResponderExcluirGraças pela tua Graça!
Escreve mais. Tua escrita me inspira a escrever a minha.
Te abraço.
Zé do Café (todo José não passa de um Zé quarqué cheio de vida)