
Afinal?! O que eu posso fazer em meio à tanta apelação e reclamação à pessoa perfeita?
Talvez dizer que eu também gostaria de ter alguém como você...
Mas talvez eu deveria tentar dizer o que realmente eu penso sobre tanto desespero.
As pessoas andam cada vez mais jovens, cada vez mais falsas, cada vez mais adultas.
Cada vez mais infelizes.
Ficou fácil reclamar e esperar que tu venha me abraçar.
Mas se eu não for e só esperar por ti que nunca vem, e quiçá daqui a pouco me abandonará?!
Me deixaria esperando por mais uma chance de te encontrar? Mas tu não vem. Tu também me esperará.
Compreendeu o problema de te esperar? Se não é tu que vem me regar, sou eu que vou te assombrar? Mas se eu decidir te regar? Melhor não...
Meu arrependimento transparece em um olhar.
Que difícil ficou reclamar e te esperar! Se a dor de não mais te abraçar me envolve tanto quanto o medo de ir lá te regar...
Será que compreende o meu medo? Compreende a minha negação? Talvez não...
Pois nem eu sei o porquê dessa solidão.
Ah, se fosse só o egoísmo!
É essa nova geração, é a moda dessa paixão mentirosa e medíocre que me pegou desprevenido.
Mas se tu não vens mais, se só o meu coração resta e as lembranças de quando a felicidade era realmente só a simples felicidade - sem esse falso moralismo absurdo de querer colocar tanta razão e motivo no que só quem entende é o coração e o sentido - O que me resta?
Só brota amargura no teu peito, só nasce desprezo entre nós.
Mais um dia que eu me vejo e não te sinto por dentro do espelho.
Ao invés desse amor, eu me abraço no espaço, desgasto os meus sapatos e te ouço pelo rádio.
Eu teria a tua convivência, mas escolhi a minha própria ausência.
E em meio à tanta beleza, escolhemos a mentira.
Talvez seja mais fácil escolher, ao invés da vida, uma rotina.