
Ainda não consigo encontrar uma forma falsa, chata, criativa e enjoativa mais bela do que o drama.
Drama é muito chato e desinteressante. Mas é mais criativo e bonito do que a apelação do ato em se fazer de vítima descaradamente.
O dramático se prevalece pela iniciativa em criar drama quando se vê inferior em poder superar um problema.
A vítima se faz mesmo quando o problema é menor do que a vontade. A vítima sempre está preparada pra enfrentar um drama e se aproveita da situação para fazer o seu papel. O dramático cria o drama. Ele não enfrenta, ele faz.
Óbviamente o dramático vai ser mais impulsivo e atrevido do que a vítima.
O dramático vê utlidade no drama. Ele transforma drama em música, em verso, em poesia, em dança. Dramático vê drama nas mais belas flores e nas mais bizarras situações do cotidiano. Às vezes ele é contraditório. Justamente por ver dramaticidade em coisas tão destintas teoricamente e físicamente.
Agora vamos esquecer a vítima. A vitíma, ao invés do dramático, não larga o drama, mesmo ele não sendo dela. Ela não cria, ela guarda. Ela respira um drama que não a pertence. E ela não vê utilidade no drama. A não ser em fugir dos problemas. Nisso, a vítima é mais eficaz. A contradição é o seu ponto forte. Justamente por falta de argumentos e por tentar encontrar uma saída falsa em sua escapatória.
O dramático quase sempre é visto por ter uma característica covarde. Mas é uma mentira. Ele não quer fugir do drama. A vítima sim, ela foge, mas ao mesmo tempo, não consegue se desapegar. O dramático não foge do drama, aliás, ele insiste em ver um fundamento naquilo, ele estuda e transforma, ele vê beleza na tristeza e no profundo. Virtude da qual é incapacitada por qualquer vítima.
O dramático é visto como chato. Ele não é completamente. Ele finge mais do que é. Pelo fato em procurar drama onde só se encontra felicidade. Não há como não achar alguém chato, quando esse alguém procura drama onde só se tem risos. Falsos, mas são risos. Devemos achar que o dramático não é feliz inteiramente por passar mais tempo procurando o drama na tristeza. Mas ele é. Essa é uma outra mentira. Ele não ostenta só tristeza, mas também, não se traveste em uma felicidade falsa. Por mais que o drama seja falso, ele sabe distinguir as características certas para ambos os sentimentos. Ele vê felicidade no drama e drama na tristeza. Ele sabe o quão importante é não ser falso em um momento de alegria. Sabe que querer enfeitar a felicidade com falsidade não é uma boa escolha. Um sorriso precisa ser verdadeiro. E o drama não é. Mas isso não significa que a felicidade não possa fazer parte da vida de um dramático. Ele consegue ser mais feliz do que muito infeliz que se julga feliz. Alegria é um falso sentimento, que por muitos é visto como felicidade. Alegria é momentânea, a felicidade é a consequência de uma vida que se leva. Portanto, alegria é uma parte falsa de uma felicidade deliciosa, contagiante e intensa, quando verdadeira, mas efêmera. Mais deliciosa do que falsa. Mais efêmera do que intensa.
Todos os poetas são dramáticos. O drama é lindo. Não há verso mais bonito do que o que é alimentado pelo drama. A dramaticidade fica na alma. É a mistura da beleza e do natural, com um pingo de tristeza. Não é apenas a tristeza escrita. É a beleza em forma de palavras, é a tristeza evoluindo e criando beleza por ser natural, por vir de forma pura. Não existe canção mais bela do que a dramática. Ela vem da alma. Nisso o drama tem em comum com a felicidade. Ambos vem da alma. A diferença é que o drama é inventado, a felicidade é algo desvendado.
Eu acho bonito ver uma utilidade tão pura e bonita para algo tão falso.
Acho uma virtude e não um problema, (como muitos acham) achar utilidade no drama. Ou, achar a utilidade do drama. Todo drama guarda a sua utilidade. Use-o para cantar, escrever, gritar, chorar, brincar, interpretar... O que for. Mas use. Use essa dramaticidade que há dentro e a transforme em talento.
O talento é a sua personalidade em forma de sentimento. E não em palavras. No meu caso, transcrevo o talento em palavras. Falsas palavras...
Disfarçadas de sentimentos.
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