segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Elas não querem os românticos


Afinal?! O que eu posso fazer em meio à tanta apelação e reclamação à pessoa perfeita?

Talvez dizer que eu também gostaria de ter alguém como você...
Mas talvez eu deveria tentar dizer o que realmente eu penso sobre tanto desespero.
As pessoas andam cada vez mais jovens, cada vez mais falsas, cada vez mais adultas.
Cada vez mais infelizes.

Ficou fácil reclamar e esperar que tu venha me abraçar.
Mas se eu não for e só esperar por ti que nunca vem, e quiçá daqui a pouco me abandonará?!
Me deixaria esperando por mais uma chance de te encontrar? Mas tu não vem. Tu também me esperará.

Compreendeu o problema de te esperar? Se não é tu que vem me regar, sou eu que vou te assombrar? Mas se eu decidir te regar? Melhor não...
Meu arrependimento transparece em um olhar.

Que difícil ficou reclamar e te esperar! Se a dor de não mais te abraçar me envolve tanto quanto o medo de ir lá te regar...
Será que compreende o meu medo? Compreende a minha negação? Talvez não...
Pois nem eu sei o porquê dessa solidão.

Ah, se fosse só o egoísmo!
É essa nova geração, é a moda dessa paixão mentirosa e medíocre que me pegou desprevenido.
Mas se tu não vens mais, se só o meu coração resta e as lembranças de quando a felicidade era realmente só a simples felicidade - sem esse falso moralismo absurdo de querer colocar tanta razão e motivo no que só quem entende é o coração e o sentido - O que me resta?

Só brota amargura no teu peito, só nasce desprezo entre nós.
Mais um dia que eu me vejo e não te sinto por dentro do espelho.
Ao invés desse amor, eu me abraço no espaço, desgasto os meus sapatos e te ouço pelo rádio.

Eu teria a tua convivência, mas escolhi a minha própria ausência.

E em meio à tanta beleza, escolhemos a mentira.
Talvez seja mais fácil escolher, ao invés da vida, uma rotina.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Deixa que o vento te traz

Como faz bem deixar o amor fluir, sem falar do amor; ver amor em tudo e deixar soar o amor que há nas palavras que sem percebermos jogamos ao vento. Não que o vento não seja o amor em si, mas o que há por trás das palavras apaixonadas que o pobre vento leva sem saber o porquê daquela singela e bela melodia. Ele abraça, agradece e num piscar de olhos, já multiplica os versos que lhe dei. Como se cada verso fosse apenas mais uma brisa que balança os teus cabelos, enquanto se deita na grama aquecida pela ardente tarde de Domingo. Às vezes você não percebe que possa haver alguma beleza naquilo, nem pense que há algum sentimento em uma coisa tão inevitável quanto o sopro do ar. Mas talvez seja bom lembrar, às vezes até o ar precisa te respirar. Já que eu não posso te levar os versos que fiz, o vento te faz lembrar que há também, amor no ar.

Hoje eu sonhei, sonhei poder te dar todo o amor que deixei no ar. Tomara que tenha percebido ao acordar!

Sem lastimar a tamanha importância desse amor, ou medi-lo de forma tola, como se sua direção não fosse para todos os lados e se entrelaçasse por todas as curvas. E como se entrelaça pelas tuas curvas!
Se algum dia você pensar em desistir e não mais deixar o ar te respirar, queria ao menos te fazer lembrar que não há como te negar. O sol me traz você e nem todos os versos e as melodias que eu entregar ao ar será capaz de tapar o sol que me faz iluminar.

Mas que tolice minha. Não há verso, não há canção, capaz de não haver nem ar se o sol não mais nascer. Se não for você, que seja o sol pra me aquecer. Mas eu não posso me conter e dizer que não há calor que me faça ter mais alegria do que aquele que o teu sorriso traz.

Todas as respotas me trazem de volta às perguntas quando o ar volta a cochilar pelos fios do teu cabelo.

Que graça a tua, talvez seja até maior que a lua! Já que o sol completa a tua luz.
Por mais que não me adore, que pelo menos me perdõe pela tolice de ainda levar meus sonhos às estrelas. Mas que ao menos te sirvam de ponte para não deixar o vento lhe trazer a solidão e buscar teus sonhos que não decidiram se virão.

Mas eu não sei...

Talvez essa luz que me ilumina, seja apenas mais uma escuridão escondida na neblina.

Eu não sei...

Talvez todos os sonhos terminem em ilusão, talvez você seja só mais outra encarnação de uma das estrelas que me trazem o sol ao chão.