quinta-feira, 26 de maio de 2011

Entrelinhas



Quando conhecemos alguém que nos faz impor o medo e nos faz seguir em frente sem olhar para trás e sem pensar nas consequências do que aquilo poderá nos ocasionar; naturalmente nos perguntamos se há amor, se será amor, se o que sentimos é amor. (Amor mútuo é uma raridade!) Mas por alguma ironia do destino ou por algo maior, o nosso sentimento, que no começo era devastador e que nos sufocava, se transforma e simplifica a sua beleza simplesmente pela simplicidade da eterna dimensão que aquilo significa. Não sentimos mais falta em falar de amor como falávamos há alguns dias atrás; não temos mais a necessidade de escrever sobre amor como antes, não pensamos no amor com tanta frequência; e talvez, por alguns segundos nos deparamos que "amor" nos passa tão despercebido quanto uma flor que nos aparece em nosso caminho pra lembrar que a simplicidade está nos olhos de quem ama e nao de quem reclama. Então paramos de procurar por amor, passamos a criá-lo, a imaginá-lo em nossos corações como algo... despercebido, natural e recíproco. Não mais falamos uma palavra que nos lembre amor. Pois começamos a compreender que o amor é a palavra, e então, cada gesto, cada sorriso que você esboça me soa como amadorismo. Não queremos mais esperar pelo outro; é simples, sem percebermos começamos a amar, por naturalidade, sem esperar absolutamente nenhuma consideração. Amamos como um rio que flui sem parar e sem pensar em quem está usufruindo daquele extremo ato de caridade. Não nos importamos se há alguém poluindo o nosso rio, o nosso amor; simplesmente continuamos fluindo. E sem querer, eu desaguei em ti, naqule instante eu deixei de pensar no amor. Eu deixei que aquilo me guiasse e me consumisse. Não senti medo e nem pensei se era amor que estava por vir ou o rancor em não deixá-lo fluir. É como se eu fosse só amor, nem se quer hesitei em pensar em te amar. Eu simplesmente amava...

[Como é bom ouvir o sussurro que o silêncio lançava do teu sorriso dizendo que o amor está no silêncio. As palavras só distorcem os sentidos. É inútil descrever. Começamos a calar e olhar o amor passar pelos nossos dedos como algo interminável e inocente.]

...e algo dentro de mim dizia que a reciprocidade daquele sentimento iluminava os teus olhos enquanto tu entrelaçava os teus braços nos meus.