quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Just another song about a lonely bird
Sometimes I wonder why there's a resting bird in my heart / But there's no place to let it fly / So I found a safe place in your heart.
Sometimes I turn my head off and everything I know is dead / My feelings are open to any consequence.
I can breath this time cause the bird in your heart is mine.
I can see in your eyes everything that runs in my mind.
So when you decide to call me... call me once, call me twice / and don't forget: my heart alone's as cold as ice.
Sometimes I close my door and I'm a poor boy peeping at the keyhole / The pleasure of life I hold in your love.
We can't pretend this time / cause my nest is almost fine.
We can forget this life / and live together like two birds who look blind.
We can be this time the best thing ever passed trhough my mind.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Sentimental
O sopro passa e com ele me leva. A chuva não vem, mas por dentro me encharca.
A ausência existe mas permaneço sem ela. A dor existe e o amor se revela.
"Não chora menina triste", eu disse. Ela fecha a janela.
Não vê o amor passar pertinho por trás dela;
mas ouve toda nota torta observando cada gota que cai, mesmo que singela.
Não grita, eu te escuto respirar e por amor ao teu calor já sei que há vida.
Ela chora longe, por dentro, me observando como quem guarda o amor para o melhor momento.
Eu digo: "não chora menina que o teu amor se encontra no final dessa esquina".
Ela não diz, apenas limpa os olhos e parte rumo a qualquer lugar, livre como quis.
Eu vejo a sua silhueta delicada se contorcendo ao caminhar e desaparecendo ao descer a escada. Num momento ofuscante, meu olho endurece com um ar gritante. Não sei se choro, se grito ou se silencio.
A dor aumenta, mas traz paz. Num instante meu grito se faz: "não chora menina! Volta e vem ver que o sol nos espera por trás dessa porta."
Ela só pàra, intacta, dura e nada diz. Volta sem olhar pra mim, com a cabeça baixa. Desconheço esse orgulho.
Sinto por dentro as estrelas que haviam no olhar sumindo sem avisar. E num instante, me despenco a chorar. Começa a chover mas não sinto. As lágrimas não caem, não silenciam, se petrificam na dor. O silêncio grita pra lembrar que aquele grito não é meu. Eu choro. Lamento. Me desvio e saio correndo. Como disse que eu faria. Mas eu digo: "Por favor, você disse que não choraria."
Ela não chora, não se exalta. Nada diz, me observa e sai. Livre como quis.
sábado, 14 de abril de 2012
Incompreensível instabilidade que liberta
A nossa percepção depende das nossas influências, das nossas prioridades, da nossao conveniência e principalmente da nossa essência. Jamais ousaremos de fato, interpretar a forma de percepção do outro. Isso é improvavelmente possível. Por mais parecida que seja a vivência, jamais pertencerá a mesma essência. Somos essencialmente imperceptíveis ao próximo e desentendedores de nós mesmos. Afirmamos a compreensão do outro com ênfase, certos de nosso entendimento. Mas não há compreensão alguma, não há percepções similares, é algo interpessoal, é um desentendimento necessário. Não existe ser amado, se não amamos. O ato de amar já é a retribuição, já é o caminho, já é ser amado! Amamos para a nossa satisfação, não para a do outro. Amor é um individualismo transcedental, que atravessa e desfaz a barreira que separa o compreensível da complexidade. Não há como amar pelo outro ou para o outro. Ele não terá mais amor é nem será mais amado; será falsificado. Não é amor se amamos apenas para o outro e não por respeito ao que sentimos, se lutamos pelo sonho do outro e não pelos nossos, se vemos mais amor no outro do que em nós mesmos. Amor é projeção. Enxergamos somente o que depositamos. Não há como ver amor nos detalhes, se não detalhamos nosso amor. Não vemos nem se quer detalhe, pois o detalhe, o despercebido, já é amor.
A questão posta e a solução indisposta (pois não há solução alguma, somente adaptação) é que jamais seremos amados, jamais seremos compreendidos e jamais compreenderemos a escolha e a decisão do outro. O que precisamos para nos libertar das amarras que nós mesmos criamos é amar. A pessoalidade e individualidade são tão densas e complexas que transcendem o compreendimento e nos aponta a inexplicável essência do ser humano: sua incompatibilidade racional através das escolhas e das decisões, sua natureza espontânea e envolvente e sua profundidade ilimitada. Todos esses conceitos transpessoais que se entrelaçam e se adaptam entre si, são baseados e constituídos por uma única engrenagem: o órgão que vai além do organismo; além do existencialismo, que permanece quando todo o resto some. O sentimentalista, instável, contraditório e impulsivo, aquele que segura a linha tênue entre cor e ação, que se desfaz em coração.